[Built For Us] UNO 07

1957883_635837766485463_1072867362_oDa mesma forma que nós aqui no Final Spec admiramos projetos mais complexos e avançados, valorizamos muito o fator diversão! Porque passar vontade de andar nos eventos que você curte enquanto espera o projeto dos sonhos aportar na sua garagem? Aquele carro adquirido como mero meio de transporte pode ter muito para te oferecer, e a sua margem de progresso pode ser maior do que você imagina! Hoje vamos apresentar a vocês o Uno 07 do nosso amigo Júlio Nishikawa, parceiro do [HOON] [CLUB].
Esse é um daqueles casos em que para entender o carro primeiro precisamos conhecer mais sobre seu proprietário, por isso pedi ao Júlio que nos contasse sua história:

1974222_635837829818790_1202435241_oOlá leitores do Final Spec, meu nome é Júlio C. S. Nishikawa, tenho 24 anos e sou de Hortolândia (interior de Sampa). Vou contar um pouco da minha história com os carros e veículos de transporte até chegar no “prato principal”.

Não, eu não gosto de carros desde que me entendo por gente, pasmem. Até meus 11 anos eu gostava de carros assim como a maioria das pessoas gosta: “tal carro é bonito, confortável, grande.” Era essa a visão que eu tinha dos carros nessa época.
Mas a partir daí, pude passar uns dias com meu pai e lembro que vi ele lendo uma revista de carros chamada Fullpower, tinha uns carros preparados, tunados, não entendia o significado de tais termos, e a definição que tive do meu pai foi que eram carros diferentes, com “um pouco” mais de potência e caracterizados de acordo com o gosto do dono. E foi assim uma edição após outra que eu fui gostando da coisa, no começo continuei achando bonito as rodas enormes, os aerofólios estilo “Velozes e Furiosos” (que como eu influenciou muita gente nessa vida).
Dos 12 aos 16, sem muita novidade, o tuning foi perdendo espaço na cena (culpa de alguns abusos cometidos por pessoas com um gosto péssimo, mas gosto né, cada um tem o seu). Foi nesse meio tempo que comecei a ter uma vontade louca de dirigir qualquer coisa, qualquer uma que tivesse um motor e me desse uma sensação de liberdade e independência.
Lembro que meu padrasto ia no mercado e pedia pra ele deixar eu pelo menos ir guiando com a mão esquerda sentado no banco do passageiro, e quando ele deixava só de sentir que estava no controle eu ganhava o dia.

207395_10150138698541088_4298830_nO tempo passou, fui aprendendo mais com as revistas, aprendendo a dirigir nos sítios até que enfim chegou a hora de tirar habilitação. No dia do meu aniversário, como muitos aqui, estava na porta da auto-escola. Quase um ano pra pegar a habilitação… começou a vida de verdade. Nessa época minha mãe tinha um Chevette 74 verde que parecia azul!
Quando eu dirigia só pensava em uma coisa: Acelerar! Correr, o mais rápido que podia. A vida depois da CNH pra mim era como Need for Speed, me achava imortal, me achava O cara, me achava O piloto… Andar na frente de Celtas, entrar nas curvas de lado, acelerar nas rodovias, calçadas e onde mais fosse possível com um carro que mais parecia um avião da esquadrilha da fumaça era minha diversão.
Ainda com a permissão, com esse mesmo Chevette, em uma noite de rolê com alguns amigos enquanto eles decidiam qual seria o próximo destino, meu lado hiperativo me fez pensar: “Por que não dar uma voltinha enquanto eles decidem?” E lá fui eu, graças a Deus sozinho, dar um rolê de leve com o Chevette em volta da praça, chegando na curva que dava na reta onde meus amigos estavam, um “drift” mais abusado me fez entrar em uma árvore. Vi o capo amassar como amassamos sulfite na mão, aquele cinto se segurança fixo chegou a queimar meu ombro e senti o câmbio batendo na minha perna direita. Na hora foi um baita susto, mas quando vi que estava vivo só me preocupei  em o que dizer pra minha mãe.
205124_10150138697966088_7097272_nDepois do ocorrido, meu próximo carro e primeiro próprio foi um Gol G3 1.8 AP prata com o capô preto. Com ele vivi muitos momentos bons, mas gastava mais da metade do meu salário em financiamento e custos, apesar da neurose de ter um carro forte, completo e bonito como primeiro carro demorou apenas 11 meses pra perceber que não usava o carro como gostaria, e pior eu estava vivendo só para aquilo. Passei a dívida pra frente e perdi uns 7 mil reais.

207742_10150138697961088_3525086_nO próximo adquirido foi outro AP 1.8, dessa vez um Passat Village 86. Comprei com o dinheiro do acerto da minha dispensa do trabalho, carro que também me deu muitas alegrias. Uma delas é deixar um cara de Astra GSi pra trás. Bem perto, mas atrás. “Vencer é vencer” lembra?
Na época do Passat fazia curso de mecânica de automóveis com o fundador do Final Spec, Felipe Massayuki, nosso maior orgulho era fazer o trajeto Hortolândia-Campinas em menos de 15min no horário de pico, ninguém acredita mas éramos frenéticos e não tínhamos dó nem juízo, ele com seu Escort Zetec 1.6 e eu com esse Passat original, com rodas 15”, era o terror da época.
Uma vez a roda desse Passat escapou na Anhanguera, estava a uns 80km/h. O disco de freio ficou quadrado e a roda voou mas graças a Deus, novamente, não aconteceu nada pior. E a história dele termina com uma quebra de tucho, voltando do curso o motor fez um barulho e perdeu rendimento, cheguei a trocar o tucho, mas ficou vazando óleo na tampa de válvula (boqueeeeetaaaa) o que fez, tempos depois, o motor travar. Como estava fazendo curso achei uma boa oportunidade pra testar os conhecimentos, desmontei o motor inteiro com o intuito de montá-lo, mas a sujeira e o carro ocupando a garagem foi um terror pra minha mãe e por fim acabei vendendo pra um amigo do curso, com o motor no porta-malas.

197219_10150138665176088_8358836_n 208072_10150138659136088_5332414_nTínhamos um lema: “Sem carro, sem vida.” Procurando por alguma coisa, achei um Chevette 76 branco no Webmotors por 4 mil, porém o carro estava a 450km de distância. O pai de um camarada morava na região, pedi pra ver o carro pra mim, o carro estava bom e na outra semana fui buscar, a viagem de volta foi cheia de emoção a 180km/h num Chevette velho… Tempos depois com problemas nos freios, desanimei de tanto mecher e gastar dinheiro com carro, resolvi que iria meter o louco e viver pela fé trabalhando como vendedor de livros em SC, vendi o Chevette pra pagar as despesas de viagem. Um amigo me pagou os 4 mil que paguei e tempos depois bateu o carro frente e traseira (não me perguntem como).

198213_10150138697996088_1584337_nFoto da época do Time Attack Dubsport na pista de Saltinho, estivemos presentes representando nosso antigo projeto RaceInBlood - Clique na foto para assistir ao video do evento.

Uma brincadeira com a foto de divulgação oficial do Time Attack DubSport na pista de Saltinho, estivemos presentes representando nosso antigo blog RaceInBlood. Já ficava clara a vontade de botar o carro na pista!Clique na foto para assistir ao video do evento.

Trabalhei 1 ano em SC e voltei, minha mãe tinha um Gol GL AP 1.6 87: Enchi o saco dela pra me vender parcelado, ela de tanto eu insistir vendeu. Carrinho bom, estrutura boa, rodava bem com ele, e foi com ele que comecei fazer as primeiras curvas levantando as rodas traseiras. Mas como tudo que é bom dura pouco, um taxi simplesmente não respeitou a placa PARE e lá se vai a frente do Golzinho =/ Mandei consertar mas já sem animo pra prosseguir, depois da funilaria vendi pra outro amigo, Thiago Russo, também integrante do [HOON] [CLUB].

206550_10150138659161088_2155195_nDepois de tantas cabeçadas com carros e visando a economia, resolvi entrar pro mundo das motos, ou quase motos: Comprei uma Biz 2007 azul e andava pra cima e pra baixo roletando tudo que é lombada, andando como um louco, pegando rodovia todo dia pra ir trabalhar.
Como já disse eu nunca tive dó de nada que me fizesse ir mais rápido, eu só queria ir mais rápido, só queria estar no controle. Mas já dizia o sábio “na moto o parachoque é você”.
Após uma conversão de um c3 sem seta, lá estava eu voando por cima do carro, caindo e perdendo um pedaço de pele do cotovelo direito.

219470_10151041804216088_53479095_oTudo cicatrizado, moto arrumada, passado uns dias estava andando do mesmo jeito, como se não houvesse amanhã. Senti a necessidade de uma moto com um pouco mais de potência pois pegar rodovia de Biz todo santo dia era tarefa difícil. Então, mais recentemente em 2012, consegui comprar uma Teneré 250cc 0km, que moto gostosa de andar, que sensação incrível de segurança que ela trazia… mas como bom amante de velocidade inconsequente, andava rápido, acima dos padrões de qualquer pessoa normal, mas sempre tive esse problema: me acostumar fácil com velocidades fora do padrão. Mas como “na moto o parachoque é você” outra conversão sem seta, dessa vez proibida, vinha para ultrapassar o carro a 120km/h numa via de 60km/h (sim, burrice, mas quem acelera sabe que é difícil pensar e parar com aquilo que até então era a melhor sensação que já sentiu) ao ver que o motorista estava fazendo a cagada freei e a velocidade caiu pra uns 50km/h mas já era, iria bater em T. Tentei curvar junto com o carro e ploft. Outra batida. Dessa vez não conseguia ficar em pé, mas na hora não parecia ser grave. Liguei pros camaradas, contei que havia acabado de estragar o rolê, e eles prontamente foram me apoiar.
(Nota: Nesse dia iamos todos nos encontrar para fazer as fotos da primeira matéria do Final Spec, com a Eclipse AWD do Ricardo Freitas/ACF.)

Andei de SAMU, fui pro hospital ainda com esperanças de apenas ter torcido o pé, mas após o raio-x o médico foi bem frio e sarcástico: “Você quebrou a perna em 3 lugares”. Nessa hora estava assombrado, me imaginei com um monte de pinos, mancando, perdendo a mobilidade e a possibilidade de talvez nunca mais correr com as próprias pernas. Minha mãe estava comigo e minha reação foi apenas abraça-la e chorar com medo das consequências. Tive que fazer cirurgia, placa na fíbula e parafusos no tornozelo, uns 4 meses numa cama, andando só com ajuda de muleta, tomando banho sentado, não podendo levantar da cama rápido pra ir no banheiro… te faz pensar e muito sobre as coisas simples da vida.

735663_635837596485480_817001703_oE foi mais ou menos nessa época que o Uno entra em cena. O seguro do cara que me fechou havia consertado a Teneré, porém estava traumatizado e minha mãe me faria vender a moto nem que tivesse que quebrar a outra perna pra isso. Moto arrumada, e a venda. Minha família sem carro, o jeito era pedir carona pra ir para o hospital. A Jane, ex-dona do Uno que frequenta a mesma igreja que eu, sempre se prontificava a emprestar o Uno pra que alguém me levasse para as consultas. Assim que melhorei um pouco ela emprestava pra eu ir, mesmo com aquela bota ortopédica (sabe aquelas sneakers que a mulherada tava usando recentemente, então tipo aquilo).

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Ah como era bom dirigir depois de tanto tempo… Eu que sempre tive preconceito mortal contra Uno e Fiat me via feliz dirigindo um, sentia um carro leve que apesar de pouca potencia tinha respostas até que rápidas e nesses momentos freava com o pé esquerdo pra não forçar o quebrado.

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Percebendo que estava sendo chato, comecei a questionar a Jane porque não vendia o Uno pra mim. Depois de muito insistir, ela me disse que estava pensando em trocar de carro e que me vendia o Uno, como ainda não tinha vendido a moto perguntei o que ela poderia fazer pra facilitar o pagamento pra mim. Me disse que precisava de 2mil pra fazer o documento do carro que ela estava comprando, e que eu poderia pagar mais 4x de 500R$. Dentro do meu orçamento, precisando de algo pra me locomover, fechei negócio numa quarta, quinta vendi a moto e na sexta estava com o Uno já pago e sem moto para alegria da minha mãe.

Mauricio_Oliveira-2014March169-51-EditAssim começou a história do UNO 07. No principio totalmente original com pneus 165/70 ruins, meu primeiro pensamento foi: preciso de rodas mais largas se não vou acabar capotando essa merda. 4 pneus General Tires 185/60 R14, 4 rodas de ferro 14” de Palio e filtro de ar cônico. Um daily car, apenas pra ir trabalhar e suprir as necessidades…

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O que mudou o destino do carro e de minha alma sem juízo, que se achava o maior piloto de todos os tempos, foi um evento conhecido de quem acompanha o FS, o HOTLAP Limeira. Tentando ter um pouco de juízo e deixar de correr risco nas ruas, decidi ir para ver o que poderia ser feito com um carro bosta. Como fazer ele andar mais um pouco, sem querer gastar com nada? Alívio de peso! Thiago Russo me ajudou nessa parte e em uma noite o Uno estava sem acabamentos nas portas, sem carpete, sem teto, sem nada. Apenas manta asfáltica e muita cola, que também foram removidos nos dias seguintes. Troquei um suporte de motor por um banco concha San Marino, peguei um cinto 4 pontos emprestado e fomos ver do que o Uno era capaz num kartódromo. Eu achava que seria como na rua, apenas ser destemido, com pé no porão e iria me dar bem… Mero engano, apesar de alcançar meu objetivo de não ficar em último com o carro mais fraco do evento, sabia que havia sido lento, e o pior: Não fazia ideia de como mudar isso… Pensando, me inspirando em outros pilotos, perguntando, na segunda edição do HL consegui melhorar o tempo em quase 3 segundos e percebi que não tinha nada de parecido com a rua.

945506_10151419425046088_149335260_nEm Maio de 2013, de férias do trabalho, surge a oportunidade de andar em um autódromo graças ao TrackDay-In que organiza track days a preços acessíveis. Conclusão: Uma viagem pra Curitiba de banco concha, Gatorade e makisushi, uma hora e meia de pista, e uma confirmação: Não preciso de muito pra me divertir! Estar dividindo a pista com excelentes carros, mesmo sendo o mais lerdo, mas conseguindo vê-los mais perto no “S” de baixa já era uma vitória, afinal era um carro original com pneus comprados no Extra.com

1799093_635837699818803_1825818317_oDepois do AIC um pensamento: Tá perigoso levar o carro no limite toda hora. Várias vozes falavam: “Por favor, faz a suspensão pelo menos!”. E lá fui eu, garimpando tudo na internet tipo piá de prédio kkkkk, comprei amortecedores com mais carga, molas, feixe traseiro, buchas em PU, barras estabilizadoras superior e inferior dianteira… tudo no cartão, algumas coisas tô pagando ainda (Not Sponsored by Mommy and Daddy). Um pouco antes de Agosto, tudo montado mas ainda com os General Tires do Extra. Bora pro 6º HOTLAP Limeira dessa vez com um tempo não tão melhor, apenas 1,5 seg de melhora aproximadamente, talvez por causa das condições dos pneus.

1889000_635837133152193_1725054675_oDepois de o Uno ir parar no pátio após sermos abordados por policiais rodoviários exercendo a função domingo meia noite, 4 Dunlops LM SP 703 185/60 14” calçaram o Uno e no 11º HOT LAP, onde esperava melhorar o tempo, pra minha surpresa o tempo aumentou pouco mais de 8 décimos. Apesar de não ter dormido direito na noite anterior (para de dar desculpinha seu bosta) creio que o tempo não melhorou porque até então estava andando com 1,5° de cambagem negativa, e com medo de perder os pneus prematuramente nesse ultimo hotlap a dianteira estava positiva, conforme manda a Fiat.
1926226_635837119818861_1052045223_oPlanos pro Uno? Apenas ver onde dá pra aliviar mais peso, talvez futuramente uma suspensão melhor (a atual não está de acordo com meu gosto), correr mais uma vez no AIC e com essa mesma motorização e suspensão conseguir virar 1:10 no HL…

Enfim o intuito desse post e dessa loooooonga história é dizer que:
– Nem sempre aquilo que você pensa que vai ser péssimo realmente é;
– Dá pra tirar muitas lições da dor e alegrias com coisas simples, projetos simples, todos carros e motos que tive tiveram seus momentos bons, mas com o Uno eu aprendi muito, não só coisas de pista e pilotagem mas sobre a vida e como se portar em cada momento dela.

Esse post é sobre:
– Extrair o máximo daquilo que você tem agora;
– Viver um “sonho impossível” pra pobre;
– Não se importar com o que falam de você;
– Não querer ter o carro mais Gran Turismo Spec do bairro;
– Ter o carro mais na pista do que na oficina;
– Ter seus amigos te ajudando a realizar seu sonho, por mais inatingível que ele seja;
– Apenas viver um dia após o outro e depois de tanta pancada, tanto murro em ponta de faca, dizer: Eu tô feliz com esse carro que DEUS me deu.944435_10151478017126088_143191266_n

Claro que eu quero melhorar, dirigir coisas novas, aprender mais.
Mas o que ficou de aprendizado até agora é que pra tudo tem seu tempo, paciência é uma virtude. Tenho aprendido a não ser mais um piloto de Need for Speed nas ruas, aprendi que me quebro, que não sou imortal como pensava outrora e que estou muito longe de ser considerado um piloto. Mas vencer é nunca desistir. Sobre o Uno? Apenas uma frase:

“É carro ‘di currida’ não tem amor, só prazer!”

Obrigado a todos que me apoiaram nessa jornada, obrigado a você que leu tudo isso, obrigado ao Final Spec pelo espaço e Mauricio pelas fotos!

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Essa história ainda tem muitos capitulos para serem escritos, e estamos acompanhando colados ao alambrado da reta, na torcida sempre!
Para os que ainda não conhecem ou seguem as páginas do japonês hiperativo do [HOON] [CLUB], os links são todos de vocês:

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Fotos: Acervo Pessoal/Mauricio Oliveira Fotografia

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6 comentários sobre “[Built For Us] UNO 07

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